Áreas de Intervenção
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Considero que trabalhar a área da Parentalidade, sobretudo à luz da Parentalidade Consciente, tem um efeito dominó numa série de ramificações da nossa vida. Até porque trabalhar Parentalidade é trabalhar desenvolvimento pessoal, é trabalhar relação. Por isso não surpreende que os resultados se estendam para além da relação com os filhos. Trabalhar Parentalidade Consciente é trabalhar a pessoa e as suas relações, é tomar consciência das suas intenções e abandonar automatismos que não são coerentes com as mesmas. Aqui temos o papel muito presente do Mindfulness, com o convite a uma nova forma de estar na relação consigo e com tudo e todos que o rodeiam. É uma verdadeira transformação na forma como estamos e nos relacionamos. Abre as portas da curiosidade, da aceitação, do enraizamento no momento presente. E isso trás consigo um natural aumento da nossa perceção de bem-estar e conexão.
Uma das áreas dentro da Parentalidade que desperta em mim um interesse e um carinho especial, é a área da Amamentação e Introdução Alimentar. Confesso que tinha uma série de supostas certezas (das quais, acredite, achava mesmo estar muito certa) antes de ser mãe. Ao sentir na pele as questões, dificuldades, opiniões, mas sobretudo a importância da amamentação e da introdução alimentar na relação (sim, porque não só amamentação é relação, as refeições são momentos sociais, logo também um momento em que nos relacionamos), comecei a perceber o porquê deste tema surgir tantas vezes, a quantidade de mitos envolvidos e o quanto a informação podia fazer a diferença a empoderar as famílias. Esta é uma área de intervenção que surpreende bastante. O que julgamos “inato” ou de “senso comum”, tem muitos meandros que importa serem endereçados. O desejo de ajudar outras famílias nestes momentos tão significativos, motivou a minha certificação em CAIN (Consultora em Alimentação Infantil Natural), até porque se considero que informação é poder, neste campo pode ser determinante para uma vinculação segura e tranquila com o bebé. Esta intervenção pode ser feita em qualquer momento da amamentação ou da introdução alimentar, mas existem grandes vantagens em ser iniciada durante a gravidez.
Ainda dentro da Parentalidade, que sabemos não ser “um mar de rosas” ou “um passeio pelo parque”, temos por vezes dificuldades que se estendem para além dos desafios que a caraterizam, e que podem tornar tudo mais avassalador. Por isso mesmo, dentro desta área, considero a intervenção na Depressão Pós-parto e na Perda Gestacional.
No que se refere à intervenção na Depressão Pós-Parto, se estivermos a falar de um acompanhamento que tenha início nesse momento e especificamente para trabalhar este diagnóstico, aspetos como a recolha da anamnese (história de vida), início, frequência e intensidade dos sintomas, comprometimento do funcionamento e recursos emocionais disponíveis, são alguns dos dados que importa recolhermos numa primeira abordagem de forma a desenhar em conjunto a intervenção que melhor se adequa àquele caso em concreto.
Relativamente à Perda Gestacional, a terapia funciona como um lugar seguro, onde o luto encontra espaço para começar a ser processado e integrado na narrativa de vida. Sabendo que nada apaga estas perdas da memória, a forma como convivemos com elas, os significados que lhes atribuímos e o que permitimos ou não que condicionem, faz toda a diferença na forma como continuamos a viver a nossa vida.
Quando comecei a trabalhar nesta área, rapidamente percebi que existiam temáticas nas quais pretendia especializar-me e focar a minha prática clínica. Uma das que despertou mais a minha atenção foi a área do Trauma. A forma como intervenho com trauma contempla habitualmente o recurso à terapia EMDR, que obtém excelentes resultados no processamento de eventos traumáticos e de gatilhos atuais, na instalação de recursos e na capacitação para lidar com cenários futuros, que as vivências traumáticas poderiam vir a minar.
No que se refere à intervenção com Ansiedade, um dos primeiros pontos que abordo em sessão é a regulação emocional, de forma a munir a pessoa de estratégias que lhe permitam regressar à sua “janela de conforto” interna, quando invadidas por sintomatologia ansiosa. Esta sintomatologia surge habitualmente de forma inesperada e com um carácter avassalador, causando um medo intenso, que acaba por limitar em muito a funcionalidade no quotidiano. Enquanto trabalhamos o que está por de trás destes sintomas, como acontecimentos de vida e formas de funcionamento que possam contribuir para os mesmos, importa garantir que a pessoa dispõe de estratégias para os gerir.
Falo muitas vezes de Depressão como o resultado de tristezas que não nos permitimos sentir no momento certo. Isto é, a tristeza faz parte da vida. É uma emoção adaptativa a acontecimentos como a perda de algo que era importante para nós. Ora, na nossa sociedade não costuma haver uma abordagem de aceitação da tristeza. Isto é, fazemos de tudo para evitar senti-la e para tirar os outros de lá. Até porque muitas vezes sentimos que não temos tempo para isso. Por exemplo: uma amiga está triste porque terminou a relação com o namorado, o que é costume dizermos? Muitas vezes algo como “não fiques assim! Isso vai passar! A vida continua e vais encontrar outra pessoa melhor para ti”. Temos menos tendência para ter a abordagem de “é natural que estejas triste e que precises de tempo para “digerires” o que estás a sentir”. Quando vamos empurrando a tristeza para debaixo do tapete, vamos juntando material para uma possível depressão. A intervenção aqui passa, de uma forma muito simplista e resumida, por potenciar recursos para lidar com o processamento destas perdas, atribuição de novos significados, e por perceber o que é que no funcionamento da pessoa está a contribuir para este quadro. Se continuar a funcionar da mesma forma, não vai levar a um resultado diferente, e aumenta a probabilidade de voltar a deprimir.
Por último, no que se refere às Questões Relacionais, estas contemplam problemas ou dificuldades na relação com o outro, seja com os pais, marido, filhos, amigos, colegas de trabalho, chefe, enfim, todo o universo relacional da pessoa. Por vezes acontece a questão não estar centrada em apenas um destes núcleos, mas estender-se a vários. Outras, a questão apresentada diz respeito a um núcleo ou pessoa em concreto. Importa perceber qual a perceção da pessoa do que está a correr mal, trabalhar comunicação e padrões relacionais, entre outras questões do funcionamento do próprio, que podem não estar a ajudá-lo a atingir o equilíbrio relacional que pretende. Digo muitas vezes que somos seres relacionais, e talvez por isso interesso-me tanto por estas questões, que são uma das grandes causas de mal-estar e insatisfação na vida de muitas pessoas.
Psicologia Clínica
Olhar a pessoa no seu todo e encarar os sintomas como uma manifestação de algo muito mais significativo.
Terapia EMDR
Instalar recursos, processar eventos traumáticos e soltar amarras para um futuro mais pleno.
Psicoterapia Integrativa
Espaço relacional que promove experiências emocionalmente reparadoras.
Parentalidade Consciente
Uma abordagem relacional de conexão com foco no que realmente importa.
Alimentação Infantil Natural
Mais do que satisfazer uma necessidade básica, comer é relação.