Depressão Pós-parto

Depressão Pós-Parto

Depressão Pós-Parto, uma realidade importante

Numa fase de grande exigência e mudança, com alterações físicas, cansaço extremo, privação de sono, alterações na rotina, com um novo ser que depende de nós para tudo, uma experiência de parto que nem sempre corre da maneira esperada e o característico descontrolo hormonal, não admira que a depressão pós-parto em Portugal tenha uma prevalência estimada ente os 10,6% e os 23,3% (Costa, Pacheco & Figueiredo, 2007, Ferreira, 2007, citados por Sousa, 2012; Ferreira, Silva, Guerra, Silva & Rosário, 2018). Considera-se ainda que estes valores estejam muito aquém da realidade, visto ser uma perturbação que acaba muitas vezes por não ser diagnosticada.

Os Baby Blues

É uma condição que coloca em risco a mulher, a relação conjugal e a própria criança, que importa distinguir, logo numa primeira abordagem, dos muito falados, e naturais, Baby Blues.

Os Baby Blues são sentidos pela grande maioria das mulheres. É um estado de humor transitório que resulta das mudanças relacionadas com a reorganização hormonal e metabólica, consequentes do parto. Caracteriza-se pela presença de labilidade emocional (rapidamente passamos de um extremo em que nos sentimos a melhor mãe do mundo, para outro em que nos consideramos a pior), em que chegamos a equacionar “mas o que é que me passou pela cabeça para me meter nisto?! Isto se calhar foi tudo um grande erro”.

Ocorre logo após o parto, tendo uma duração média compreendida entre 1 a 2 meses e, ao contrário da depressão pós-parto, em que muitas vezes já estava presente durante a gravidez, aqui durante a gravidez a mulher encontrava-se bem e feliz com a perspetiva de ser mãe.

Importa, portanto, proceder a um correto diagnóstico e intervir rapidamente para minorar o seu impacto no bem-estar familiar, cuidando sobretudo desta mãe, que se vê a braços com tamanhas mudanças e exigências, num estado em que não se sente capaz das tarefas quotidianas mais simples, com tomar banho.